Na última quarta-feira um forte terremoto atingiu a área central da Itália causando severos danos e deixando várias vítimas.
A cidade de Amatrice foi a mais atingida. Considerada um dos povoados mais bonitos da Itália teve seu Patrimônio Histórico destruído.
Amatrice destruida por terremoto em 24-08-2016 |
Grandes tragédias como essa são recorrentes. Podemos citar Varsóvia, destruída durante a 2o Guerra Mundial e São Luiz do Paraitinga, cidade Patrimônio do Estado de São Paulo, destruída por uma enchente.
A pergunta é: O que fazer com destruições dessa magnitude?
- Reconstruir a cidade conforme antes?
- Deixar os destroços como testemunho do ocorrido?
- Construir uma nova cidade sobre os destroços?
No caso do centro de Varsóvia sua reconstrução foi feita de forma mimética logo após o final da guerra. Essa reconstrução teve como ideal a retomada de uma identidade perdida e foi assimilada como um ato de cidadania.
No caso de São Luiz do Paraitinga a igreja matriz, construída em taipa, foi reconstruída seguindo como base um estudo minucioso realizado alguns anos antes da tragédia por uma pesquisadora da USP (Universidade de São Paulo). A nova construção é uma réplica que utilizou técnicas atuais de construção (blocos de cimento).
Igreja Matriz de São Luiz do Paraitinga construída em taipa de pilão |
Igreja matriz destruida pela enchente em 2010 |
Réplica da igreja. Reconstruída com blocos de cimento |
Ao contrário do centro histórico de Varsóvia, cuja reconstrução foi considerada um ato de retomada de identidade, a reconstrução da Igreja Matriz de São Luiz do Paraitinga é bastante criticada por estudiosos da área. Vale lembrar que, no caso da cidade paulista, a população teve participação ativa na reconstrução dos seus bens culturais perdidos e apesar da opinião contrária dos órgãos públicos de preservação e pesquisadores da área a opinião da população local foi a que prevaleceu para a escolha de uma reconstrução mimética do que era a igreja matriz antes do desabamento.
No caso de São Luiz do Paraitinga lembramos da frase de Salvador Muñoz Viñas:
“ A restauração se faz para os usuários dos objetos: aqueles para quem o objeto significa algo, aqueles para quem o objeto cumpre uma função essencialmente simbólica ou documental ”
Um outro exemplo bem emblemático é o da cidade Oradour-sur-Glane. Essa pequena vila francesa foi destruída após um terrível massacre de soldados nazistas já no fim da 2o Guerra Mundial. Por ordens do presidente da França os destroços da cidade foram mantidos como um símbolo das atrocidades cometidas durante a 2o Guerra Mundial.
Outro exemplo de intervenção em casos de destruições é o Edifício Dançante, projeto dos arquitetos Vlado Miluníc e Frank Gehry. Construída em um vão deixado por uma bomba durante a segunda guerra mundial na cidade de Praga, essa obra ousada demonstra que construções contemporâneas podem e devem ser integradas em ambiências antigas.
* para mais informações sobre reproduções de obras arquitetônicas acesse o artigo de Beatriz Mugayar Kuhl em http://www.revistas.usp.br/cpc/article/viewFile/15641/17215
* para mais informações sobre o vilarejo de Orador-sur-Glane acesse:
http://segundaguerra.net/oradour-sur-glane-a-cidade-fantasma-da-segunda-guerra/
* imagens da autora e da web - acesso em ago/2016
“ A restauração se faz para os usuários dos objetos: aqueles para quem o objeto significa algo, aqueles para quem o objeto cumpre uma função essencialmente simbólica ou documental ”
Salvador Muñhoz Viñas
Um outro exemplo bem emblemático é o da cidade Oradour-sur-Glane. Essa pequena vila francesa foi destruída após um terrível massacre de soldados nazistas já no fim da 2o Guerra Mundial. Por ordens do presidente da França os destroços da cidade foram mantidos como um símbolo das atrocidades cometidas durante a 2o Guerra Mundial.
Oradour-Sur-Glane antes do massacre |
Oradour-Sur-Glane em luto após o massacre |
Oradour-sur-Glane hoje |
Outro exemplo de intervenção em casos de destruições é o Edifício Dançante, projeto dos arquitetos Vlado Miluníc e Frank Gehry. Construída em um vão deixado por uma bomba durante a segunda guerra mundial na cidade de Praga, essa obra ousada demonstra que construções contemporâneas podem e devem ser integradas em ambiências antigas.
Edifício Dançante em Praga - Construção pós destruição bélica |
* para mais informações sobre o vilarejo de Orador-sur-Glane acesse:
http://segundaguerra.net/oradour-sur-glane-a-cidade-fantasma-da-segunda-guerra/
* imagens da autora e da web - acesso em ago/2016
Postado por Cristiane Py